quinta-feira, 15 de abril de 2010

Linha torta com alguns nós

Oi, tudo bem? Eu vou bem.

A Mili está com a semana muito corrida, portanto não teve disponibilidade para escrever essa semana, pois está iniciando outros projetos. Eu tenho domínio sobre o que lerã
o a seguir.

Não é engraçado? Uma pessoa desconhecida definindo o que vamos ler? Quando temos uma conversa, normalmente sabemos a respeito do outro, além de poder interromper, frisar nossas concordâncias e discordâncias, mudar de assunto, mas no caso de um texto, não temos tais privilégios, apenas questões interpessoais, de modo que a única linha de raciocínio a ser seguida é a minha e, cá entre nós, não é uma linha reta, tampouco confiável.

Frequentemente coloco-me a pensar sobre assuntos que iniciam uma pesquisa mais a fundo. Atualmente tenho priorizado pensamentos a respeito de relacionamentos e amizades na pós-modernidade. Não tenho base filosófica ou sociológica para discutir a respe
ito desses assuntos, mas não necessito deles para discorrer a respeito das minhas observações.
Não são poucas as pessoas que partilham dos seguintes sintomas: inversão do ciclo de sono, isolamento, perda de interesse por atividades anteriormente agradáveis, apatia, descuido com a higiene pessoal, ideias bizarras, comportamentos poucos habituais, dificuldades escolares e profissionais, entre outras, assim não me causa estranheza pensar numa geração esquizofrênica. Temos dificuldade na separação do real e do virtual. Afogamos nossa solidão nos aparelhos de mp3 e no nosso consumismo, pra que tudo isso?

Certa vez ouvi a seguinte frase “se nós tivéssemos amizades profundas, verdadeiras, muitos psicólogos e psiquiatras estariam desempregados”. Concordo em parte. Os relacionamentos nascem desgastados, superficiais e não nos faltam ferramentas para que façamos sua manutenção. Não há um ombro amigo num MSN, nem uma twitada relativa a um abraço apertado. Nossa carência tem gerado outras, num ciclo lancinante, nos tornamos seres egoístas, não mais nos doamos em favor de ninguém. Existe muita coisa a se fazer, maneiras simples de proceder, e não estou falando de ceder o lugar para alguém sentar no metrô, ou inundar seu redor com cumprimentos, “bom dia”.

Existe muito, além do nosso umbigo, mas, motivados pelo medo e pelo espanto da nossa imagem/realidade/reflexo, fazemos jus a letra de Cazuza: “eu vou pagar a conta do analista pra nunca mais ter que saber quem eu sou”, tomamos medidas de modo que “a gente repete que quer, mas não busca e de modo abstrato se ilude que fez”, não agindo, nos conformando.

Meu objetivo é influenciar sua reflexão a respeito do assunto. Sejamos honestos conosco, lutemos, façamos algo real. O tempo não para, mas nós estamos estagnados, perdendo oportunidades que não se repetem. Muito mais poderia ser dito, mas prefiro parar agora. Podemos mudar o mundo, se não o mundo todo, o NOSSO MUNDO.

Amo vocês.


Piva

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Segredo e descoberta

Há tempos ganhei de uma pessoa amada um item de valor inestimável: um travesseiro que sussurra. Nos dias que se passam me pego atravessando por uma fase que é tradicional (em outras palavras “um clichê”) de todo jovem que se preze... Já ouvi diversas de suas histórias, mas na noite de ontem discutimos, de certa forma, constituímos uma guerra de travesseiro literal. A chamada “crise existencial”. Ao longo do debate, tal qual uma criança que se recusa a ouvir minhas justificativas, ele tampou-me os ouvidos. Nada drástico, apresso em informar, apenas um momento de interrogações, retóricas pessoais e argumentos. E, ao invés de me ninar, transbordou-me dúvidas e questionamentos. Mas, também, de certa desilusão por tantas decisões frustradas (ou não).

Possuindo respostas para algumas, me mantive calado, não mais por não poder falar, mas por preferência. Entretanto, como que um oásis em meio ao deserto que atravesso, um acontecimento me trouxe esperança. Como se eu tivesse um perfume dentro de um frasco tampado e, mesmo desejoso de que os outros sentissem esse aroma, mantivesse-o fechado. Algo que não esperava nesse momento, muito menos com tais adendos. Ficaria aliviado se essa situação (a omissão) me fosse desconhecida. Meu lado realista, em defesa de meu ego, não me deixa criar expectativas. Não passaria de mais um devaneio, mas é essa uma prática constante no meu modus vivendi. Com intuito de evitar frustrações, as quais tanto temo. É-me de maior interesse permitir que os terceiros tirem suas conclusões a frisar minha opinião. Pés no chão. Pudera eu compreender os limites onde minha omissão respeita a interpretação alheia e desrespeita minha integridade/imagem. Porém, é como se me fosse aberta uma porta e atravessando ela descubro um mundo de possibilidades, mas só vai depender de mim ficar no hall ou adentrar na casa inteira.

Se a fantasia é necessária ou ansiada, fantasio-me do que sou e tal qual um filme “cult”. Ademais, uma coisa me foi permitido aprender: Nada se frustrou; tudo que escolhi cumpriu exatamente o seu propósito, que é fazer de mim o que sou aqui e agora, me colocando exatamente onde devo estar. Não me importo em mostrar o que querem ver, mas sim o que sou, de forma integral e honesta. E em meio a tantas confusões e divagações, eu só peço uma coisa... Que meus pés no chão não me impeçam, mas me impulsionem a alçar voo.