A Mili está com a semana muito corrida, portanto não teve disponibilidade para escrever essa semana, pois está iniciando outros projetos. Eu tenho domínio sobre o que lerão a seguir.
Não é engraçado? Uma pessoa desconhecida definindo o que vamos ler? Quando temos uma conversa, normalmente sabemos a respeito do outro, além de poder interromper, frisar nossas concordâncias e discordâncias, mudar de assunto, mas no caso de um texto, não temos tais privilégios, apenas questões interpessoais, de modo que a única linha de raciocínio a ser seguida é a minha e, cá entre nós, não é uma linha reta, tampouco confiável.
Frequentemente coloco-me a pensar sobre assuntos que iniciam uma pesquisa mais a fundo. Atualmente tenho priorizado pensamentos a respeito de relacionamentos e amizades na pós-modernidade. Não tenho base filosófica ou sociológica para discutir a respeito desses assuntos, mas não necessito deles para discorrer a respeito das minhas observações.
Não são poucas as pessoas que partilham dos seguintes sintomas: inversão do ciclo de sono, isolamento, perda de interesse por atividades anteriormente agradáveis, apatia, descuido com a higiene pessoal, ideias bizarras, comportamentos poucos habituais, dificuldades escolares e profissionais, entre outras, assim não me causa estranheza pensar numa geração esquizofrênica. Temos dificuldade na separação do real e do virtual. Afogamos nossa solidão nos aparelhos de mp3 e no nosso consumismo, pra que tudo isso?

Certa vez ouvi a seguinte frase “se nós tivéssemos amizades profundas, verdadeiras, muitos psicólogos e psiquiatras estariam desempregados”. Concordo em parte. Os relacionamentos nascem desgastados, superficiais e não nos faltam ferramentas para que façamos sua manutenção. Não há um ombro amigo num MSN, nem uma twitada relativa a um abraço apertado. Nossa carência tem gerado outras, num ciclo lancinante, nos tornamos seres egoístas, não mais nos doamos em favor de ninguém. Existe muita coisa a se fazer, maneiras simples de proceder, e não estou falando de ceder o lugar para alguém sentar no metrô, ou inundar seu redor com cumprimentos, “bom dia”.
Existe muito, além do nosso umbigo, mas, motivados pelo medo e pelo espanto da nossa imagem/realidade/reflexo, fazemos jus a letra de Cazuza: “eu vou pagar a conta do analista pra nunca mais ter que saber quem eu sou”, tomamos medidas de modo que “a gente repete que quer, mas não busca e de modo abstrato se ilude que fez”, não agindo, nos conformando.
Meu objetivo é influenciar sua reflexão a respeito do assunto. Sejamos honestos conosco, lutemos, façamos algo real. O tempo não para, mas nós estamos estagnados, perdendo oportunidades que não se repetem. Muito mais poderia ser dito, mas prefiro parar agora. Podemos mudar o mundo, se não o mundo todo, o NOSSO MUNDO.
Amo vocês.
Piva